segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Memórias Postumas De Um Estranho







Memórias Postumas De Um Estranho

Os vermes já estão se alimentando de meu corpo
Embora isso não signifique nada
Eles são os únicos seres aos quais fui útil
O final feliz de uma vida completamente arruinada

Talvez minhas imperfeições afastem as pessoas
Ou talvez elas sejam causadas por essa medíocre sociedade
O fato é que não consigo usar uma mascara o tempo todo
Apenas para esconder quem eu sou de verdade

Nunca me senti confortável cercado por inúmeras pessoas
É como se estivesse lá por engano
Sempre busquei a presença de pessoas que valham à pena
Embora eu sempre machuque aqueles que amo

Por isso resolvi me afastar de tudo
A solidão foi o melhor caminho a escolher
Não precisava aturar mais essa gente falsa
E os que me importavam não iriam mais sofrer

De uma calma porém ilusória paz alcançada
Até falsos sentimentos de felicidade
Minha mente começou a habitar um universo paralelo
Um mundo antagônico ao da minha realidade

Vivi minha vida a um passo da loucura
Procurando por algo impossível de se encontrar
Sempre me via caindo em um abismo
E sem nenhuma força para me ajudar

O Ultimo suspiro é uma recompensa formidável
Finalmente o destino sorriu para mim
O alivio da única certeza que sem tem da vida
Tudo sempre chega ao seu fim

(W. Fabretti)

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