sábado, 2 de junho de 2012

Cidade Fantasma


Cidade Fantasma

Nas ruas dessa abandonada cidade
Crianças correm e brincam alegremente
Em meio ao mau cheiro de cadáveres e restos humanos
Em meio às baratas e ratos que caminham calmamente

No outro lado debaixo do viaduto principal
Mendigos fazem churrasco com a perna de alguém
Eles necessitam matar a fome
Para que não se tornem cadáveres também

Mesmo a carne estando podre e cheias de vermes
É distribuída entre eles em partes iguais
Eles brindam e comem normalmente
O forte cheiro e o gosto horrível para eles são normais

A água do rio está parada
Centenas de peixes nela estão boiando
O odor desagradavel que sobe aos ares
Excita ainda mais os abutres que estão voando

Em uma rua uma família anda de mãos dadas
Enquanto o pai carrega a menina a mãe amamenta o bebe
Eles procuram por um lugar novo para morar
Um lugar onde seja digno de viver

Mas eles estão condenados a viver nesta cidade fantasma
Eles verão seus filhos crescerem e se tornarem miseraveis
Abandonados e esquecidos pelo resto do mundo
Com um futuro incerto composto por sofrimentos inimaginaveis

Os lindos e verdes campos estão secos
Do gado restaram apenas as ossadas
Uma tragica visão do desespero
O amargo lar de pessoas abandonadas

Os habitantes mantém viva a esperança
Torcem para que tudo volte ao normal algum dia
Que a vida volte a crescer de sua forma mais pura
E transforme o sofrimento em alegria

Mas eles estão presos em uma cidade que ninguém sabe que existe
Em uma cidade em que o tempo parece estar parado
Em uma cidade que se encontra em ruinas
Em uma cidade de solo amaldiçoado

 (W. Fabretti)

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