sábado, 2 de junho de 2012

Suicídio Lento

Suicídio Lento


tenho q tomar este copo de puro veneno
para q ele corra suavemente em minhas veias
sentar e esperar pela visita da morte
ela me odeia..

aço forte e afiado
contra pulsos frágeis
nada parece por fim na dor
destas vidas miseráveis

odiado e rejeitado por todos
traído por um coração de insiste em estar batendo
é incrível como sinto que já tenha
vivido mais de uma vez este sofrimento

colhendo os amargos frutos
q a terra semeia..
todos se afastam de mim
ela me odeia

deitado olhando para as estrelas
sentindo o tremer dos trilhos
esperando q venha o próximo trem
para acabar com todo este martírio

observando as nuvens carregadas e
aguardando a tempestade q se aproxima
sentido-me desprezado é só dar
um passo pra frente e despencar da colina

olhando a luz torcendo pelo fim
lembrando do tempo em q ela me queria
é só chutar a cadeira...
e torcer pra q ñ morra de asfixia

ficar com uma enorme marca no pescoço
me despedir com estilo desta vida
rosas vermelhas e ensangüentadas
ninguém ira lamentar minha partida

de uma forma singular e unânime
ela me odeia
não passo apenas de um tolo
ela me odeia

afundando num lago de solidão
respirando uma água acida e imunda
mal compreendido e considerado uma praga
nada mais fará com q eu me iluda

atirar em minha cabeça
transformar meu em cérebro em poeira
desculpar-me a todos pela enorme
sujeira

me intoxicar com o mais forte alucinógeno
torcer pra q minha mente nunca mais volte
viver num mundo de ilusões irreais
talvez esta seja minha única sorte

vagando por este vasto mundo
enquanto minha felicidade se esvaneia
ainda segurando este amor numa sangrenta rosa vermelha
ela me odeia...

tantas formar de me matar
e por fim em todo meu alento..
mas prefiro vê-la a distancia e continuar
com este meu suicídio lento

eu já os vejo comemorando
eu já os escuto gargalhando
eu já os sinto distanciando

a covardia me infesta
como insetos em plantações
sinto muito mas demorarei
para sair de vossos corações

tudo isto não chega nem a ser
um terço de todo meu sofrimento
ela me odeia....
e eu contínuo neste meu suicídio lento


(W. Fabretti)


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