sábado, 2 de junho de 2012

Dança De Um Adeus Distante


Dança De Um Adeus Distante

Formas moribundas dançam sua dança de modo intrigante
em meio ao alto uivo dos ventos em sua melodia marcante
como se soubessem que irão partir a qualquer instante
como se a dança simbolizasse um adeus distante

O ar pesado apenas faz com que cada vez mais o frio aumente
a visão turva apenas faz com que meus olhos fiquem ardentes
vultos ao meu redor fazem com que eu caminhe mais apressadamente
agonia e medo apenas fazem com que meu coração bata rapidamente

Subitamente me vejo pego em um silêncio ensurdecedor
meu corpo já começa a sofrer com a ausência de calor
caio no chão e aguardo minha mente se recompor
enquanto me esforço para distinguir esta estranha dor

Procuramos desesperadamente em nossas vidas por uma terra pura
mas nossos tolos conceitos nos aprisionam em uma sala escura
nosso amargo veneno já contaminou toda uma geração futura
nós mesmos nos fizemos estas feridas que o tempo não cura

Aos poucos vou recuperando minha consciência, ficando atento
embora tenha a sensação de que nunca a tenha perdido em nenhum momento
me levanto e observo o balançar das árvores em meio a este forte vento
talvez tudo isso indique o prelúdio de um intenso sofrimento

Me viro e assusto ao ver que meu corpo ainda esta no chão
os olhos ainda estão abertos mas não há nenhum vestígio de pulsação
talvez eu tenha me enganado, talvez tudo isso não passe de uma ilusão
mas algo dentro de mim sabe que é verdade e isto aumenta minha aflição

Uma assustadora musica ecoa em meus ouvidos com uma melodia fascinante
movimentos desordenados e involuntários feitos num ritimo alucinante
percebo agora que aquilo que fica pra traz é algo totalmente insignificante
estou calmo e feliz, estou em meio à dança de um adeus distante

 (W. Fabretti)

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